Pela primeira vez, o Brasil está na lista dos dez piores países do
mundo para os trabalhadores, de acordo com o Índice Global de Direitos,
relatório da Confederação Sindical Internacional (CSI), divulgado nesta
quarta-feira 19, durante a 108ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT,
que se encerra em 21 de junho, em Genebra, na Suíça.
O Índice Global de Direitos
2019 classificou 145 países de acordo com 97 indicadores reconhecidos
internacionalmente. Esses indicadores apontam em quais países os trabalhadores
e as trabalhadoras estão menos protegidos tanto no que diz respeito à
legislação quanto à prática sindical.
E a expectativa é que a
situação se agrave ainda mais com o atual governo de Jair Bolsonaro (PSL). “No
Brasil, além de não haver mais legislação trabalhista, não há
democracia. Há perseguição às liberdades individuais e ao direito
coletivo. E, acima de tudo, há o desrespeito muito grande aos tratados e
convenções internacionais", disse Vagner, citando as ameaças do
governo brasileiro de sair da Organização das Nações Unidas (ONU) e da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O Índice Global de Direitos
2019 apontou ainda que 85% dos países ainda atacam o direito de greve e 80% não
respeitam a negociação coletiva.
O sindicalismo mundial
precisa alterar as práticas sindicais. “Temos de trabalhar pelo fortalecimento
da negociação coletiva e para que tenhamos cada vez mais sindicatos fortes e
representativos, com capacidade política de representação sindical, com atuação
efetiva para mudar a vida dos trabalhadores e o que precisa ser alterado no
modelo político e econômico”.