Em um
momento em que o IBGE anuncia que o PIB brasileiro registrou uma queda de 0,2% no primeiro trimestre do ano, a
primeira desde o quarto trimestre de 2016, cumpre perguntar o que o
governo brasileiro está fazendo para reverter esse quadro.
A resposta está no assunto onipresente nas tratativas do Executivo com o
Congresso: o Governo aposta na aprovação da reforma da Previdência para
atrair investimentos e dar impulso à retomada do crescimento econômico.
Só quem não sabe fazer conta é capaz de
refutar que a reforma da Previdência é necessária. Sem ela, não será possÃvel
pagar os futuros aposentados e o déficit nas contas públicas se tornará
insustentável. Mas será mesmo que somente a aprovação da reforma será capaz de
fazer o Brasil evitar a recessão?
É preciso lembrar que promessa semelhante,
que se apresenta como a solução mágica para quase todos os problemas, já foi
feita antes, quando da aprovação da reforma trabalhista, em novembro de 2017.
Anunciava-se, então, que a flexibilização dos direitos trabalhistas levaria Ã
abertura de 2 milhões de novas vagas formais no perÃodo de dois anos.
Faltam
menos de seis meses para o prazo se esgotar, e a estimativa não está nem
próxima de ser cumprida. Entre novembro de 2017 e abril de 2019, segundo dados do Caged, o saldo positivo no número de vagas com
carteira assinada foi de apenas 511.941. Ou seja, o mercado de trabalho
brasileiro ganhou meio milhão de novas vagas. Como em 2017 e 2018 o PIB do paÃs
voltou a crescer, ainda que muito pouco, depois de dois anos de retração
econômica, era de se esperar que o número de contratados aumentasse no perÃodo,
com ou sem reforma trabalhista.