Velhos adversários polÃticos no DEM, o presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni,
deixaram as diferenças de lado em nome da reforma da Previdência proposta pelo
governo Jair Bolsonaro. Os dois também têm algo em comum: nenhum deles abriu
mão do PSSC (Plano de Seguridade Social dos Congressistas), a previdência
especial que dá aos parlamentares a possibilidade de se aposentar com o salário
integral, hoje de R$ 33,6 mil.
De acordo com um levantamento da ONG Ranking dos PolÃticos com dados fornecidos
pela Lei de Acesso à Informação, a maioria dos deputados e senadores desta
legislatura renunciou à aposentadoria especial, principalmente os parlamentares
de primeiro mandato.
Maia e Onyx são dois dos 175 deputados que não renunciaram ao benefÃcio,
embora estejam na linha de frente na defesa pela reforma previdenciária. Onyx é
o homem no governo destacado por Bolsonaro para articular a reforma com o
Congresso. Em fevereiro, disse que a mudança "não retira direito de
ninguém, ao contrário, há um olhar muito fraterno por conta do processo que
está sendo construÃdo". Procurado, o ministro-chefe da Casa Civil não
respondeu à reportagem. Maia, que é visto como adversário por boa parte do
governo, disse em palestra em Nova York, em abril, que defende a reforma
"por convicção pessoal". "A agenda prioritária do Brasil é reestruturar
as despesas públicas, e a maior despesa é a previdência". Procurado Maia
também não respondeu.
" Eles
estão fazendo a articulação pela reforma. Eles deveriam dar o exemplo, cortando
na própria carne. Quando eles não abrem mão, eles também dão um recado Ã
sociedade. Hoje, a média de aposentadoria de um deputado é de R$ 19 mil."