A dimensão
da mentira contada ao Brasil em 2017, para aprovar a retirada de direitos da
CLT, manobra que ficou conhecida como reforma trabalhista, o governo falava que
a mudança na legislação geraria 6 milhões de empregos. Um discurso parecido com
o de Paulo Guedes hoje em relação à reforma da previdência. Ele também diz que
serão gerados milhões de empregos.
Com relação
à mentira contada sobre a reforma trabalhista, o gerente executivo de pesquisa
e competitividade da CNI admitiu por vias oblíquas que era embuste.
“A reforma
(trabalhista) não veio para gerar empregos, veio para facilitar a sua retomada
e trazer algum alívio para as empresas na crise. O que vai determinar a queda
na taxa de desemprego é o crescimento econômico”, disse.
Bingo!
Só que, na
época, os empresários, alguns abrigados na CNI, diziam que a reforma geraria
emprego. Foi a forma que se encontrou para obter apoio popular a mudanças que
prejudicariam o trabalhador, como a possibilidade de contratar empregados por
hora, pagando menos que o salário mínimo.
Nenhum
empresário contrata empregado se não houver demanda, se não houver necessidade.
É assim na vida de qualquer um, mesmo que não seja empresário.
Alguém
contrataria dois jardineiros se apenas um pode dar conta do recado? O que gera
emprego é o fortalecimento do mercado e, para isso, as pessoas devem ganhar
mais, não menos.
O mercado
vai encolher ainda mais caso seja aprovada a reforma da Previdência nos moldes
propostos por Paulo Guedes. O dinheiro será retirado do mercado, com a
transferência para o sistema de capitalização a ser administrado pelos bancos.
Ao
contrário do que Paulo Guedes e equipe prometem, a reforma previdenciária,
tanto quanto foi a trabalhista, não gerará empregos, apenas possibilitará às
empresas lucros maiores.
Joaquim de
Carvalho