Alegando um suposto déficit e o aumento da dívida pública, o governo
pretende implantar uma reforma da Previdência que
tornará o direito à aposentadoria muito mais difícil, rebaixará os valores
das pensões – penalizando principalmente os mais pobres e as mulheres – e
abrirá a possibilidade de o sistema Previdenciário ser alterado por leis
ordinárias, o que facilitará mais mudanças prejudiciais à população no futuro.
Mas o que a gestão atual não
prioriza é o debate em torno da reforma tributária, que poderia resolver o
rombo das contas públicas e transferir mais recursos para a Previdência. O
sistema de impostos brasileiro é extremamente injusto e cobra mais tributos dos
mais pobres e dos trabalhadores, enquanto as pessoas com rendas e patrimônios
mais elevadas pagam taxas proporcionalmente mais baixas, ou são isentas de
tributação.
“Não falta dinheiro para colocar as contas públicas em dia e financiar
a Previdência social. Só que esses recursos são mal tributados ou, o que é
ainda pior, são beneficiados por isenções fiscais ou sonegados. Mas ao invés de
atacar esses pontos, o governo atual prefere jogar a conta para os mais pobres
e os trabalhadores por meio de mudanças que praticamente acabarão com o direito
à aposentadoria”.
“É fundamental tomar consciência das
injustiças do sistema tributário brasileiro e lutar contra a proposta de
reforma da previdência que tramita no Congresso. Porque será o fim do direito à
aposentadoria se o texto for aprovado da forma como foi concebido pela equipe
econômica do governo”.