O presidente Jair Bolsonaro entregou sua
proposta de reforma da Previdência ao Congresso, que prevê uma idade mínima de
65 anos para a aposentadoria de homens e de 62 para mulheres. A idade mínima
contraria declarações dadas pelo presidente no passado.
Durante a campanha eleitoral, em 2018,
Bolsonaro chegou a dizer que a idade mínima de 65 era “falta de humanidade”. Na
época, afirmou que o desequilíbrio das contas públicas não tinha qualquer
relação com a Previdência e que jamais atuaria para levar “miséria” aos
aposentados por exigência do mercado financeiro.
Logo depois da posse, em entrevista ao SBT,
o presidente disse que a sua equipe estava estudando criar uma idade mínima de
62 para homens e de 57 para mulheres até o final de 2022.
DIVERGÊNCIA COM PAULO GUEDES
No caso da atual proposta, a idade mínima teria sido alvo de divergência entre
o presidente e a equipe econômica, segundo o secretário especial de Previdência
e Trabalho, Rogério Marinho.
De acordo com Marinho, o ministro Paulo
Guedes queria 65 anos para homens e mulheres e uma transição em 10 anos, mas
Bolsonaro preferia 65 para homens e 60 para mulheres, com transição mais longa.
Bateram o martelo em 65 e 62 anos, diferenciando homens e mulheres, com
transição em 12 anos.
PRESIDENTE DISSE QUE “ERROU ”
NO PASSADO
Ao entregar a proposta ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia,
Bolsonaro disse que errou ao ter se posicionado contra a reforma da Previdência
quando era deputado federal.
O presidente tem um histórico de
posicionamentos contrários às tentativas de mudar o sistema de aposentadorias.
Votou contra a reforma nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inácio Lula da Silva.