O ano de 2019 não deve ser nada fácil para os
trabalhadores. Os bancários, por exemplo, terão uma série de desafios para
superar, que exigirão luta e resistência. Entre eles, uma proposta que enterra
as chances de aposentadoria das próximas gerações e a ameaça de venda do
Banrisul para pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União.
Para entender o
que o futuro nos reserva, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em
Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) elencou cinco
principais desafios para este ano. Veja a lista abaixo.
Reforma da previdência
O presidente Jair Bolsonaro deixou claro que vai mexer no sistema da
Previdência. "Além de aumentar a idade mínima de 65 anos para homens e 60
para mulher, se fala em criar a tal da capitalização que só tem um único
objetivo: favorecer os bancos. Não podemos permitir isso, se não provavelmente
as próximas gerações não terão direito à aposentadoria”, alerta o diretor de
comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo.
O modelo que o
governo deve apresentar se assemelha ao do Chile, uma espécie de
"poupança”, que acaba com a contribuição patronal. Nele, cada empregado
deposita 10% do seu salário em uma conta individual, administradas por empresas
privadas que cobram taxa de administração.
2. Defesa dos bancos públicos
O modelo neoliberal defendido por Bolsonaro e sua equipe econômica prevê a
privatização das empresas públicas. Os bancos possivelmente não escaparão desse
plano.
Os bancos
públicos, porém, são um patrimônio importante dos brasileiros. Vendê-los coloca
em risco a soberania nacional, pois o poder econômico estrangeiro está de olho
nessa oportunidade.
3. Garantia dos direitos trabalhistas
A reforma trabalhista acabou com uma série de direitos conquistados historicamente
pelos trabalhadores. A nova lei abriu brechas como a jornada de 12 horas e a
flexibilização das relações de trabalho, favorecendo o patrão.
Pelo que se sabe
desde a campanha eleitoral, Bolsonaro quer aprofundar a reforma e deve criar
até mesmo uma outra carteira de trabalho para quem não aderir à CLT. Segundo o
presidente "é horrível ser patrão no Brasil”.
"Temos que
lutar para não aceitar a precarização do trabalho como um instrumento que só
vai gerar mais lucro para a classe patronal”, afirma Bacelo.
4. Segurança bancária
Os bancários lutaram durante décadas para que os bancos tivessem mais
segurança, tanto para os funcionários quanto para os clientes. Dessa luta
resultaram as portas giratórias, os detectores de metal, entre outras medidas.
Infelizmente, os assaltos continuam e se
transferiram, em grande parte, às pequenas agências do interior, onde o efetivo
da polícia não chega ou quando chega, é insuficiente para atender à demanda.
5. Fortalecimento dos sindicatos
Os sindicatos, não só dos bancários, mas de todas as categorias, vêm sendo
atacados pelo novo governo, que é contra a organização dos trabalhadores para
reivindicarem seus direitos. A lógica é do "cada um por si”.
Por isso, vamos
trabalhar para fortalecer as entidades de classe para que possam fazer a defesa
dos outros pontos colocados neste artigo e demais lutas dos trabalhadores e
trabalhadoras de todo o Brasil.